Posts Tagged ‘qualidade de vida’

Viver com propósito

dezembro 6, 2009

Há um momento na vida de todos nós, em que paramos para refletir se o que estamos fazendo é realmente aquilo que gostaríamos de fazer. Refletimos se fizemos as escolhas certas, ou se ainda há tempo para alterar o nosso caminho e procurar aquilo que deixamos para trás. Questionamos à nós mesmos se estamos vivendo com um real propósito e amor, tanto pela forma como estamos vivendo como pelas coisas que fazemos diariamente.

Quantas vezes nos perguntamos: – “Puxa, na verdade, eu gostaria de estar fazendo … ” (e aqui, cada um completa a frase conforme os seus objetivos). Mas, enfim, necessitamos fazer aquilo que estamos fazendo pois precisamos pagar as contas, honrar os compromissos, ou seja, sobreviver. A responsabilidade em trabalhar e ganhar dinheiro para trazer o sustento à nossas lares e familares é pesado o bastante para nos manter prisioneiros de uma vida que nos causa angústia, frustração e nos tornam pessoas infelizes.

Quantos de nós já pensamos em que poderíamos estar fazendo “mil coisas”, e realizando atividades que realmente amamos, sejam elas profissionais ou sociais, contudo não o fazemos por pura falta de tempo. Tempo é o recurso e “combustível” essencial e indispensável, pois é ele que nos concede a liberdade para nos dedicarmos a qualquer tarefa.

Por outro lado, é a ausência de tempo que nos afasta de tudo o que mais amamos e nos leva para longe do que mais importa para nós. Você desejaria estar fazendo um curso ? Mas, não o faz pois não têm tempo. Você gostaria de passar mais tempo com seus filhos ? Sim, porém sua vida é muita agitada e corrida, e não sobra tempo. Você gostaria de conhecer lugares novos, visitar familiares distantes ou cuidar mais de sua saúde? Sim ! Porém, não sobra tempo …

Quão triste é essa situação !

Nosso dia que, para todos nós, contém apenas 24 horas, é utilizado em grande parte para o trabalho e transporte diário. A outra grande parte do dia, geralmente (para aqueles que têm este privilégio) é utilizado para o sono e descanso, afim de proporcionar a recuperação para o dia seguinte. Quanto tempo resta, durante cada dia, para fazermos aquilo que gostaríamos de estar fazendo ? Muito pouco, ou nenhum …

Quando me deparei com esta questão, compreendi que a saída seria buscar uma forma que pudesse obter o sustento diário de uma forma que o consumo de tempo fosse mínimo. A idéia é diminuir o tempo gasto para ganhar o que quase todos nós procuramos: o dinheiro. Afinal, é através do dinheiro que adquirimos todos os elementos necessários à nossa sobrevivência e bem estar. O ponto principal é que, a maioria de nós, sempre trocamos tempo por dinheiro. Ou seja, trocamos uma certa quantidade de tempo por uma certa quantidade de dinheiro. É isto que acontece com todos aqueles que desempenham um trabalho sob o vínculo de empregados, ou funcionários de uma empresa.

O grande problema é que o tempo é limitado, e quando não resta mais tempo que possa ser trocado por mais dinheiro, chega-se ao limite daquilo que é possível ganhar em quantidade de dinheiro. Imaginemos, por exemplo, que um trabalhador obtenha um emprego que pague 1.500 por mês, para uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Isto dá 176 por mês, e cerca de 8 horas diárias. Para muitas pessoas que precisam utilizar meios de transporte para locomoverem-se até o local de trabalho, o tempo gasto com este trabalho pode subir para 10, 12 ou mais horas por dia. Considerando que o dia têm 24 horas, chegamos à conclusão de que metade do dia já foi consumido pelo trabalho, restando por volta de 12 horas para: alimentação, descanso (dormir), e compromissos pessoais e familiares que precisam de atenção. Mesmo com o tempo restante, nem sempre temos a disposição que gostaríamos para cumprir outras atividades que necessitam de nossa atenção, como estudos ou participar ativamente da vida familiar.

Assim, o ciclo se repete no dia seguinte, e a busca constante pela sobrevivência nos mantém escravizados, em uma rotina que evita vivermos mais intensamente e com maior dedicação ao que realmente têm importância para nós. Sobreviver passa a ser nosso principal e maior objetivo, mesmo que para isso tenhamos que abrir mão de todos os nossos sonhos e ideais. Simplesmente, deixamos de lado anseios e propósitos, por mais nobres e dignos que sejam, e enterramos nossas habilidades e dons, pois a missão de pagar as contas todo o fim de mês estabeleceu-se como o objetivo central e quase exclusivo.

Contudo, não precisa ser assim. Existe uma alternativa. Há uma escolha, que podemos fazer, e trilhar por um caminho diferente, conduzindo a vida por rios mais tranquilos.

É disso que desejo falar no próximo post.